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v1.0 – O que aprendi após 500 dias de home office – Release
Outro dia eu vi na televisão um ator falando que estava há 400 dias sem gravar novelas. Aí, ele teve que se reinventar. Resolveu investir no perfil do Instagram e está fazendo muito sucesso postando uns vídeos bem criativos.
E o que isso tem a ver com desenvolvimento de software? É tudo sobre adaptação!
Essa pandemia mudou a rotina de todo mundo. Então eu vou compartilhar aqui como tem sido esse tempo trabalhando em casa.
O começo
Eu fui olhar no calendário e me dei conta de que esse mês, julho de 2021, já faz quase 500 dias que estou em home office em tempo integral!
Eu já faço home office há uns dois ou três anos mas, até o início da pandemia eu trabalhava em casa só dois dias na semana.
Na verdade, já tinha feito uma experiência com home office durante alguns meses ainda em 2014. Mas foi só no final de 2018 que o home office passou a ser definitivo.
Antes de compartilhar o aprendizado que eu tenho tirado desse período em casa, eu queria deixar dois artigos pra gente pensar como tem sido e o que esperar daqui pra frente em relação ao home office.
Vale lembrar que a empresa onde trabalho atualmente permite o trabalho presencial, com todas as medidas de proteção, é claro, mas ninguém é obrigado a ir.
Novo normal?
Em março de 2020, quando os casos de COVID começaram a aumentar, as escolas e o comércio fecharam, o home office se tornou obrigatório.
Mas nem todo mundo teve a mesma sorte.
Como qualquer trabalho intelectual, quem trabalha na TI pode, teoricamente, fazer seu trabalho de qualquer lugar. Basta ter um computador com internet e pronto!
Dizem até que esse é o novo normal. Só que a realidade não é bem assim. Olha só esse artigo do Rodrigo Giaffredo. Ele mostra com dados o que realmente acontece:
Apenas 25% dos brasileiros empregados trabalham em home office atualmente.
Isso quando o artigo foi publicado em novembro de 2020.
Sim, nós da TI somos privilegiados. Sabe por que? As empresas de tecnologia continuaram contratando durante a pandemia.
E um outro motivo: o trabalho remoto já virou o padrão em muitas empresas, tanto para os funcionários atuais, quanto para as novas contratações.
Tem também uma pesquisa que mostrou que, apesar do estresse:
86% dos profissionais gostariam de manter o home office.
Confesso que estou nesse grupo. Tem vantagens e desvantagens, mas as primeiras compensam o restante com folga.
Vantagens
Umas delas, com certeza, é gastar menos tempo de deslocamento e, consequentemente, mais tempo em casa e com a família.
Para mim que moro numa cidade do interior isso já é uma vantagem. Antes, gastava em média três horas dentro do carro, ida e volta.
O que dizer dos grandes centros? Hora do rush? Congestionamentos?
Outra vantagem é você poder estar em seu próprio ambiente: sua casa, sua cadeira, sua mesa, enfim, seu cantinho. Esse ambiente mais aconchegante me ajuda muito a me sentir à vontade para pensar.
E tem outra: muitas empresas oficializaram de vez o home office. Como eu disse, adaptação. Se nós tivemos que nos adaptar, as empresas também. Em muitas, trabalhar remoto já é o padrão em novas vagas. E isso é bom para quem procura emprego.
Desvantagens
Nem tudo é um mar de rosas. Tem várias coisas que me fizeram repensar muito se vale a pena esse negócio de trabalhar em casa. Olha o que eu aprendi:
Ferramentas de comunicação ajudam. Nós nos acostumamos com elas mas elas não resolvem tudo.
A gente sempre perde um pouco quando só vê os colegas pela câmera. Além do mais, sua conexão pode cair e sem ela, você fica ainda mais isolado.
Sem falar que é bem mais difícil gerenciar o tempo e a produtividade em casa. Como diria o tio Ben: “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”. Sempre tem distrações e interrupções inevitáveis. Filhos, cachorro, TV e outras situações inesperadas. Haja fone de ouvido!
Também é muito difícil limitar o tempo de trabalho. No meu caso, 8 horas por dia, de 8:00 às 17:30. Não tem problema esticar mais um pouco pra terminar uma tarefa.
O desafio é pôr um limite entre o trabalho em casa e as outras tarefas e até mesmo o descanso, o que leva a outro lado ruim disso tudo:
Mais estresse. É uma reclamação comum e faz muito sentido. O burnout é um perigo. Você fica com a sensação de que está trabalhando mais e isso tira as suas energias.
Então fica a dica: muito cuidado para não passar dos limites. O segredo é balancear trabalho e tempo livre.
Então, vale a pena ou não?
Quando a pandemia começou, não foi uma questão de escolha. Mas vale a pena continuar trabalhando em casa?
Parece que o que mais perdemos foi a interação cara a cara. Embora eu pense que o remoto seja o futuro do trabalho. É difícil imaginar uma empresa que só queira contratar quem mora perto ou esteja disposto a mudar de cidade.
É por isso que as vagas remotas já são um diferencial para muitos profissionais. Até vi um artigo que dizia que trabalhadores estão preferindo mudar de emprego a voltar para o trabalho presencial (vou ficar devendo o link, não consegui encontrar de novo). Não chego a tanto.
Mas dá para fazer a coisa funcionar sim. Aqui na empresa nós fazemos reuniões diárias, rápidas, só para acompanhar o andamento dos projetos e verificar possíveis impedimentos. Isso ajuda a manter o contato com a equipe.
Em geral, eu diria que o home office oferece mais qualidade de vida. E isso compensa as perdas. Obviamente, todo mundo quer que esse distanciamento social acabe logo mas, quanto ao trabalho, eu ainda prefiro continuar em casa, se tiver essa opção.
Conclusão: dá para trabalhar remoto, de casa ou de outro lugar, desde que você saiba se organizar, da sua mesa de trabalho, até suas tarefas e seus horários. Caso contrário, pode virar um caos.
Ferramentas
Para finalizar, vou dizer quais são as ferramentas que estamos usando e que ajudam muito no trabalho em equipe.
Aplicativos de mensagens: não dá pra viver sem eles. Para uso profissional, o Slack é uma ótima opção.
Kanban (quadro de tarefas virtual): Kanban vai muito além disso mas os quadros virtuais tem sido suficientes para toda a equipe organizar o trabalho e enxergar facilmente o andamento das tarefas.
Chamadas de vídeo: quando se está longe, a chamada de vídeo e o compartilhamento de tela são indispensáveis.
Espero que essas dicas tenham sido úteis.
Agora deixe seu comentário. Você trabalha ou trabalhou em home office? Teve dificuldades? Como está sendo? Gostaria de saber a sua experiência.
Até mais!
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